terça-feira, 24 de abril de 2012

Jam n° 21 (P.S.: poema antigo, remusicado).

Deliquesce o luar:
transpira uivos e assaltos
em muitas escuridões
sobrepostas na tela
que da veneziana espreito.

Um vento desdobra as coisas,
um carro passa veloz,
um homem costura passos
no impasse do que bebeu.

Sinto uma saudade
estranha da solidão
de quando meus pensamentos
não tinham qualquer motivo.

A vida me parecia
um parque no qual brincar
era estar sozinho
em meio à falta de luz –
tudo como presença
contínua em rolo e filme
(onde de fora eu via
o instante em que nasci). 

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