sexta-feira, 29 de abril de 2011

Desintitulado n° 25.

Comunicação sem compreensão é mudez. Monólogos de personas que se colam à face. Machê que impossibilita a morte e o recomeço, trancafiando a expectativa do sonho na sordidez da moralidade. A beleza transcende qualquer padrão. Interessa a geometria das formas e o valor da carne entrosada à sua temperatura. Mas o silêncio impera à porta de certos olhares, esperando uma palavra para que tudo desabe e renasça novamente. Quando virá essa consciência? Quem respira mentiras não é capaz de inventar nada. Devora a si mesmo instante por instante, mastigando momentos como promessas e dúvidas. O desejo não deixa espaço. Fome de fome. Cria do criar. Não preenche: apenas quer. Alguém suportará o convívio? Só volta a si quem encontra seus próprios personagens. Tudo é questão de picadeiro e cenário. A lona é o fim que deixa uma pequena margem para o mastro e as estrelas. Não há rotação. Há inércia, senso de continuidade, flecha sem pontaria, horizonte de um túnel que desmorona assim que cruzamos. O looping dos espelhos seduz. Mas o rosto se perde e a imagem não identifica: distorce. Então falamos.

Um comentário:

  1. Comunicação sem compreensão é mudez. Prefiro o silêncio. (Aquele , que não existe..)

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