Guardei teu corpo na caixa de fotografias. Membro por membro, traduzi teus traços em preto e branco para que ninguém pudesse tocar tua imagem. Um dia esqueci a caixa aberta e as baratas picotaram tuas coxas. Tentei remontar tua pele, colar ângulo por ângulo a nivelação da tua geografia. Não consegui. Ficou apenas teu cheiro que os meses tornam mais distante, como se teu toque no meu fosse apenas um sonho que quero lembrar – mas não consigo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário