domingo, 31 de outubro de 2010

Desintitulado n° 10.

Se um assassino queima na cadeira elétrica, é justiça. Se um fazendeiro mata ladrões de galinha, é defesa do patrimônio. Mas se alguém se arrisca a dizer a verdade, é burrice. A mentira é o coração do afeto e o motivo dos tapinhas nas costas. Quando muito, de animadas reuniões dançantes e almoços de gente importante. Tanto em um quanto em outro lugar, a conversa é impossível. Nessas circunstâncias, a boca foi feita para outras coisas. E nem todas tem relação com a comida.

3 comentários:

  1. Aliás, diria, mentiras e superficialidades! O que vale mesmo não é o surreal? O que contamina homem não é o que entra, mas o que sai. De tudo que comemos e pensamos, podemos contaminar tudo ao nosso redor. A boca tem a língua, que de tão pequeno órgão, poderoso é, capaz até de incendiar o mundo. Por isso que, o que contamina é o que sai da boca, e não o que desce. Vivemos o surreal! O surreal de nossas vidas, de nossa pretensa sensação de progresso e independência. Ao menos que possam deixar nossas opções gastronômicas!

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  2. Mas ainda sim é preciso acreditar que existem lampejos de esperança. Lampejos estes que devem brilhar sobre as idéias de alguns homens (mulheres tb, claro). Homens que aparecem nos momentos mais escuros e sombrios dos caminhos percorridos pela humanidade.

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  3. "E assim é que a vida atual,por mais delirante que possa parecer esta afirmação, mantém sua velha atmosfera de depravação, anarquia, desordem,delírio, perturbação, loucura crônica, inércia burguesa, anomalia psíquica (pois não é o homem, mas sim o mundo que se tornou anormal), proposital desonestidade e notória hipocrisia, absoluto desprezo por tudo que tem uma linhagem
    e reivindicação de uma ordem inteiramente baseada no cumprimento de uma primitiva injustiça; em suma, de crime organizado.
    Isso vai mal porque a consciência enferma mostra o máximo interesse, nesse momento, em não recuperar-se da sua enfermidade." Artaud escrevei isso na década de 20. Creio que a coisa não vai mudar porque é da natureza dela ser assim mesmo. Não estou questionando se isso é bom ou ruim. O fato é que a "consciência enferma" não me parece nem um pouco disposta a qualquer tipo de mudança...

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