quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Jam n° 10.

A estrela suspira carbono ao infinito.

Egito, Constantinopla e Tenochtitlán, são a mesma peça que vejo enquanto meus dedos, na esteira do fim, circundam os pólos das unhas com a fumaça que sobe e desaparece.

As coisas são o resumo de uma despedida.

A beleza que via ontem se transformou nessa mágoa de riso e dor, tornando os olhos uns poços nem secos nem molhados, cheios de algo do qual sei o nome e que sempre está aqui.

Diz que o Cosmo não é igual.

Diz que a rotação do planeta é completamente diferente daquela que presenciou nossos fins de tarde.

Diz que o gosto do ar é outro e que as luzes dos postes não são tão amarelas quanto penso.

Fala pra mim, nem que seja ao telefone, que Órion permanece intacta, que Sirius jamais apagará e que ninguém ainda pisou na lua.

Depois me enche de nada, sopra minha boca como se o sal tivesse tomado meus pulmões, soca meu peito, morde meus braços e esquece por mim de tudo isso que senti ao perceber que o toque é bem mais que a pele.